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Trabalho, sim, mas com limites: o que a Gen Z está dizendo e que todo mundo deveria ouvir

  • farol+
  • 8 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 15 de ago.

Será que eles são tão inadequados quanto dizem por aí? Entre críticas e estereótipos, a Gen Z está colocando em pauta questões que há muito tempo incomodam trabalhadores de todas as idades: jornada flexível, saúde mental, sentido no trabalho e espaço para viver fora dele.


O que a Gen Z está falando sobre o mercado de trabalho
Blog farol+ | O que a Gen Z está dizendo e que todo mundo deveria ouvir

“Não têm paciência.” “Não sabem lidar com pressão.” “Querem tudo na hora.” Basta uma rápida busca nas redes para encontrar relatos, quase sempre com um tom de queixa, sobre o comportamento da Geração Z no trabalho. Mas será que o incômodo está, de fato, nas atitudes desses jovens ou no que eles escancaram sobre o modelo tradicional de trabalho.


Nascida entre meados dos anos de 1990 e o início dos anos 2010, a Gen Z chegou ao mercado com um repertório bastante característico, hiperconectado e mais crítico sobre o equilíbrio entre vida pessoal e carreira. Com outros costumes e valores, eles demonstram a menor disposição para aceitar que o trabalho ocupe o centro da vida que, aliás, pode ser traduzida em números: 34,4% dos brasileiros entre 16 e 29 anos enxergam o trabalho apenas como um “mal necessário para pagar as contas do mês”. Os dados, divulgados no fim de 2024, são da pesquisa “Pulso RH - Geração Z e o novo olhar para a saúde no trabalho” realizada pela Alice, empresa de tecnologia que oferece planos de saúde, em parceria com BP, Grupo Fleury e Flash.


À primeira vista, esse olhar mais objetivo pode soar como desinteresse ou até mesmo falta de ambição, principalmente se compararmos à opinião da geração anterior, os Millennials, que ainda tendem a associar o trabalho à identidade pessoal de forma mais intensa. Na mesma pesquisa da Alice, enquanto 40,9% dos Gen Z dizem que o trabalho representa um pouco do que são, entre os Millennials essa proporção sobe para 43,2% afirmando que o lado profissional representa muito do que são. Ou seja, há uma diferença real de perspectiva e não necessariamente de engajamento.


É difícil não confundir recusa ao excesso com má vontade, afinal são décadas vivendo uma realidade diferente. A Geração Z não está dizendo que o trabalho não importa, está apenas rejeitando a ideia de que ele precisa vir à frente de tudo. O que antes era sinônimo de comprometimento, hoje é interpretado como sinal de desequilíbrio. Na verdade, é um sinal de inteligência coletiva, um alerta sobre o quanto normalizamos dinâmicas de exaustão (e este tema dá caldo para muitos outros artigos, fica de olho).

Mais do que uma resposta individual às pressões do mercado de trabalho, a postura da Gen Z tem provocado conversas que estavam há muito tempo por aí sem a devida elaboração e que interessam a todos, independentemente da idade, ok?


A discussão sobre modelos híbridos ou remotos, por exemplo, passou a ganhar espaço real nas empresas depois da insistência de uma nova geração que se recusa a abrir mão da vida fora do escritório. O mesmo vale para temas antes vistos como delicados, como saúde mental (a NR-1 tá aí pra provar), propósito e impacto social ou o desenvolvimento contínuo. A busca por um ambiente mais saudável, no fundo, não é exclusividade dos jovens. Mas foram eles que começaram a dizer em voz alta que o que não faz sentido, simplesmente não deve continuar sendo aceito.


Em vez de resistir, as empresas podem (e devem) usar esse movimento como um convite à inovação. Se atentar ao que a Geração Z está dizendo (e como está dizendo) e abrir um canal de comunicação direta pode ser o ponto de partida para criar ambientes mais justos, colaborativos e coerentes. Promover escuta ativa, valorizar a troca entre diferentes gerações e ajustar comportamentos e crenças à realidade vivida pelas pessoas atualmente são passos simples, mas potentes.


É claro que as diferenças trazidas para a realidade de dentro de uma organização podem causar atrito, mas seria um erro ignorar o que a Geração Z tem de melhor. Conversas difíceis devem acontecer para que um negócio seja sustentável. Mais do que questionadora, a Gen Z é, em sua maioria, prática e aberta à diversidade, características essenciais para empresas que querem acompanhar as transformações do mundo. Uma turma que aprende rápido, se engaja com o que faz sentido e tem uma intolerância, nada hipócrita, a ambientes contraditórios. Se beberem dessa mesma fonte, todas as gerações ganham. Afinal, todos nós temos muito o que aprender.

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